Sem opressão todos falaram o que pensam
Segunda, 13 de setembro, o Centro Cultural Plataforma se transforma em um espaço onde adolescentes mostram sua arte e debatem um tema polêmico e muito presente no cotidiano da população: “Tráfico de Seres Humanos”. Esse é o nome do espetáculo que o grupo Sem Opressão apresentou na quarta noite do FTS.
A temática desenvolvida em cena, fala de crianças e adolescentes, que envolvidas por promessas mentirosas, acabam sendo vendidas para fins de exploração sexual, seja dentro ou fora do país. Também aborda a violência que acontece dentro das próprias famílias por aqueles que deveriam dar proteção, os pais. A peça é inspirada em outra produção chamada “Silêncio Sentidos”.
Formado há menos de 1ano, o grupo Sem Opressão busca falar em seus espetáculos de temas que estejam diretamente ligados ao cotidiano daqueles que integram a equipe, toda formada por adolescentes, inclusive o diretor, com 19 anos. Para eles participar do FTS é a oportunidade de ser valorizado, enquanto gente, artista e periférico.
A coroação de mais uma noite brilhante veio com a segunda atração a subir ao palco para encerrar a maratona do “Painel Cênico”, o grupo Herdeiros de Angola, com o espetáculo “Agora vou falar tudo o que penso”. A peça partiu de uma vontade coletiva do grupo em falar dos temas como amor, sexo, política, estudo e emprego. Todos deram sua contribuição na composição das falas.
Apesar do humor presente no texto, a produção também leva o público a refletir sobre os assuntos abordados e sobre a valorização do individuo por aquilo que ele é e principalmente a não se encaixando nos padrões de beleza e comportamento estabelecidos. E é essa valorização que os Herdeiros buscam manter como marca forte.
Para os herdeiros de Angola, a idéia do FTS é muito importante, não só para mostrar os talentos existentes no subúrbio, mas também para que a população tenha acesso à cultura, a bons espetáculos. E o festival sendo de teatro do subúrbio e para a população do subúrbio cria uma identidade, uma marca.
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